2021 Convention

22nd Convention of the Media Ecology Association

Photographic Essay



A short glossary to decipher a strange phenomenon / Pequeno glossário para decifrar um estranho fenômeno

Photos and text by Susana Dobal / Fotos e texto de Susana Dobal

click on any image below for a larger version

clique em qualquer imagem abaixo para uma versão maior

A short glossary to decipher a strange phenomenon

Photos and text by Susana Dobal

Two men were arrested for planning a massacre of students from the University of Brasilia (UnB) in March 2012. The evidence included a map of the house where an integration event would be taking place for students of the Social Sciences department. That initial arrest proved to be the tip of an iceberg hidden in the depths of the internet and crowded with anglicisms that deserve explanation. Anglicisms occur when English terms are used in another language to designate new objects, concepts and phenomena. When we think about the murder of the student Louise Ribeiro in a laboratory in the underground of the UnB in 2016, the shock that comes to mind is owed to knowing that everything happened under our noses and our mundane, placid academic landscape.

That case of unrequited love between students finds echoes in frequent femicide cases as well as in a phenomenon also caused by unresolved frustrations, but materialized in virtual communities. Those responsible for the massacres that occurred at a school in Suzano (SP, Brazil), and in two mosques in Christchurch (New Zealand) in March 2019, were active on equivalent social networks in which similar crimes are organized and celebrated. In this photo essay, while people wander in the academic landscape surfing on the internet, a new vocabulary emerges from the net's underworld. Below, a glossary of ten terms and an addendum deal with a contemporary phenomenon that unites the internet and a passion for hate, motivated by frustrations that result in misogyny, xenophobia or racism – which often get confounded.

The names of the criminals were omitted to avoid any trace of triumph where there is nothing but barbarism. The photographs were all taken with a cell phone, at the campus of the University of Brasilia. The original text is in Portuguese, which explains why the essay offers a glossary for anglicisms. This work was granted Honorable Mention at the Pierre Verger National Photography Award in 2019, in the category Experimentation and Innovation.

Pequeno glossário para decifrar um estranho fenômeno

Fotos e texto de Susana Dobal

Dois sujeitos foram detidos por planejar uma chacina de estudantes do curso de Ciências Sociais da UnB em março de 2012. Os dois tinham o mapa da casa onde seria realizada uma confraternização dos estudantes. ML, um dos envolvidos com esse fato, foi liberado um ano e seis meses depois e preso novamente por novas acusações em maio de 2018. A prisão inicial dele foi apenas a ponta de um iceberg escondido nas entranhas da web e povoado de anglicismos que merecem explicação – anglicismos ocorrem quando são usados termos da língua inglesa para designar novos objetos, conceitos e ... fenômenos. Quando pensamos no assassinato da aluna Louise Ribeiro em um laboratório localizado no subterrâneo da UnB, em 2016, vem à lembrança o choque de saber que tudo ocorreu tão perto dos nossos olhos, sob a plácida paisagem acadêmica de todo dia.

Um caso pontual de amor não correspondido entre estudantes encontra ecos em casos frequentes de feminicídio e em fenômeno causado também por frustrações mal resolvidas, porém materializado em comunidades virtuais. Os responsáveis pelos massacres ocorridos em uma escola em Suzano (SP), e em duas mesquitas em Christchurch (Nova Zelândia) em março de 2019, frequentavam redes sociais em que outros crimes parecidos foram alimentados e celebrados. Enquanto, ainda na plácida paisagem acadêmica, muitos navegam em uma camada mais superficial da internet, um novo vocabulário emerge do submundo da rede. A seguir, um glossário de dez termos e um adendo tratam de um fenômeno contemporâneo que une internet e uma doentia paixão pelo ódio motivada por frustrações que resultam em misoginia, xenofobia ou racismo – que muitas vezes se confundem. Seguindo uma tendência em casos parecidos, os nomes dos criminosos foram omitidos para evitar qualquer resquício de triunfo pela barbárie cometida.

As fotografias desse ensaio foram todas realizadas com um celular, no campus da Universidade de Brasília.


Susana Dobal is a photographer and professor at the University of Brasília (UnB). She has a Masters in Photography (ICP/NYU), Ph.D. in Art History (CUNY/GC), postdoc at Université Paris 8 and Aix-Marseille Université. She participated in more than thirty exhibitions in Brazil, France, Argentina and the United States, published articles about photography, cinema, art and the book Peter Greenaway and the Baroque: Writing Puzzles with Images (Berlin, LAP, 2010). Together with Osmar Gonçalves, she edited the book Fotografia Contemporânea: Fronteiras e Transgressões (Brasília, Casa das Musas, 2013). In 2019, she was one of the awarded finalists of the Pierre Verger National Photography Award in the category Innovative and Experimental Works.

Susana Dobal é fotógrafa e professora na Universidade de Brasília (UnB). Fez mestrado em fotografia (ICP/NYU), doutorado em Hist. da Arte (CUNY/GC), pós-doc na Université Paris 8 e na Aix-Marseille Université. Participou de mais de trinta exposições no Brasil, França, Argentina e Estados Unidos. Publicou artigos sobre fotografia, cinema, arte e o livro Peter Greenaway and the Baroque: Writing Puzzles with Images (Berlin, LAP, 2010). Co-editou com Osmar Gonçalves o livro Fotografia Contemporânea: Fronteiras e Transgressões (Brasília, Casa das Musas, 2013). Em 2019, foi uma das finalistas (menção honrosa) do Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger na categoria Trabalhos de Inovação e Experimentação.


© 2021 Media Ecology Association

Powered by Wild Apricot Membership Software